22 de jan. de 2011

A importância da atenção às subjetividades

[Caroline Tavares]

Na minha prática profissional busco identificar e estimular potenciais, tanto em crianças quanto em adultos com quem trabalho, seja em grupo ou individualmente.

Estou acompanhando dois meninos da mesma idade e as diferenças entre eles chamaram minha atenção. Então fiquei (re)pensando: em que medida os potenciais individuais são valorizados e, consequentemente, respeitadas e estimuladas as subjetividades? Será que a exigência de chegar a “resultados esperados” faz com que cuidemos da homogeneização dos indivíduos – ainda crianças – em favor da aceleração dos processos? Que tantos outros motivos temos para desconsiderar as individualidades? Será que já percebemos as consequências disso? Perguntas que se aplicam a qualquer pessoa, já que, de alguma forma, todos estamos implicados no desenvolvimento da sociedade.

Se fecharmos o foco em escolas e famílias – instituições ligadas direta e precocemente aos indivíduos – podemos refletir sobre a forma como as crianças são avaliadas e julgadas por serem mais ou menos capazes de atingir metas previamente determinadas.

Neste ponto considero importante mencionar o avanço do conceito de inteligência, implementado através de diversos estudos no decorrer do século XX, e gostaria de destacar a teoria das Inteligências Múltiplas, por extrapolar o binômio linguístico-matermático e valorizar outros tipos de inteligência. Para H. Gardner, as inteligências “são potenciais que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros.” As sete inteligências originais propostas pelo autor são: linguística, lógico-matemática, musical, físico-cinestésica, espacial, interpessoal e intrapessoal; além de outras três que foram sugeridas posteriormente: naturalista, espiritual e existencial.

Volto à reflexão inicial com a intenção de sublinhar a importância da atenção às subjetividades. Tanto do ponto de vista do indivíduo, que se beneficia com a valorização e estímulo de suas potencialidades; quanto do ponto de vista da sociedade, que lucra com a riqueza das diferenças, das muitas possibilidades, das quase infinitas maneiras de estar e agir no mundo.

Um comentário:

  1. Olá, Caroline, cheguei ao seu blog através da comunidade sobre meditação do Orkut. Gostaria de participar da sua análise, se me permitir.
    Quando criança, época em que a comida da mamãe era feita apartir da colheita, cada cozinheira tinha seu tempero especial. O mesmo arroz tinha gosto diferente quando feito pela avó, pelo pai. A subjetividade aumenta nosso interesse pelas coisas pois as torna diferentes de pessoa para pessoa, tanto quem observa como quem produz. E devemos lembrar que, segundo Darwin, quanto maior a variedade, maiores as chances de surgir características úteis.
    Meu email é cleomarsantos@hotmail.com e será um prazer trocar idéias com vc e com seu grupo.

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